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quinta-feira, 15 de julho de 2010

VIVER NÃO CANSA!

Viver não cansa, o que fatiga são as perguntas imbecis de quem não quer ter opinião própria...
Os comentários emburrecedores de quem não gosta de pensar...
As lógicas dos religiosos que adoram encabrestar e serem encabrestados.
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Viver não cansa, o que exaure é precisar debater com quem só lê a ‘Veja’...
É ter que ouvir a opinião de quem adora o Diogo Mainardi...
É ter que debater com quem aprendeu toda a Verdade com o Max Lucado e se acha apto para converter o mundo islâmico.
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Viver não cansa, o que desespera é ter que calar diante das vaidades maquiadas como piedade...
É ter que respeitar os narcisismos travestidos de desprendimento...
É ter que fazer vista grossa diante dos escroques de colarinho clerical:
“porque eles também podem estar ganhando almas e despovoando o inferno”.
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Viver não cansa, o que chateia é ter que explicar para fariseus de plantão que beber um cálice de vinho não significa automática embriaguez...
Que dançar a valsa na formatura da filha não é pactuar com o mundo...
É ter que arrazoar com analfabetos funcionais para mostrar-lhes que não existe diferença entre música cristã e do mundo
(Só existe música boa ou ruim!).
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Viver não cansa, o que amarga é ter que ficar calada diante dos maiores descalabros éticos,
“porque a igreja ‘X’ está crescendo e o que importa são os resultados”...
É ter que assistir a um monte de gente se esforçando para jogar a dignidade do Evangelho pelo ralo e precisar engolir seco porque:
“aquela igreja ‘X’ é como um hospital de emergência onde as pessoas se convertem, mas depois procuram as igrejas sérias”.
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Viver não cansa, o que horroriza é conseguir detectar as agendas escondidas dos Benny Hinns da vida...
A volúpia por poder dos que vivem das politicagens denominacionais...
Os cinismos teológicos dos evangelistas triunfalistas e ainda assim precisar explicar-se porque não participa de eventos, de marchas e de conferências ao lado deles:
“já que o Corpo de Cristo não pode se dividir”.
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Viver não cansa, o que exaure é ver as igrejas lotadas de incautos em busca de um Mega Milagre porque:
“ao fazerem a sua parte, Deus ficará obrigado a fazer a dEle”...
É saber que cada campanha de oração que “vai destrancar os cadeados do céu”, na verdade, foi projetada para arrancar mais dinheiro dos simples...
É notar que muitos nas elites religiosas não diferem em nada dos políticos que só sabem defender seus interesses.
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Viver não cansa, o que debilita é ter que lidar com a fofoca de quem não tem brilho próprio...
É ter que admitir que vários fazem do sacerdócio um jeito de progredir com um esforço mínimo...
É saber que a indústria da “música gospel” fatura em cima da vaidade de cantores que jamais dariam certo fora das igrejas e que, para compensar a falta de talento, vivem a fazer biquinhos, vertendo lágrimas forçadas.
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Viver não cansa, realmente, não cansa.
Faz bem à alma lidar com jovens grávidos de sonhos,
Com mulheres íntegras, que não medem esforços para acolher os esquecidos
Com anciãos que destilam uma sabedoria acumulada pela experiência.
Os poetas com suas intuições,
Os músicos com suas percepções,
Os professores com sua erudição,
Os pastores com sua dedicação, continuam a encantar.

Os atletas com sua disciplina,
Os profetas com sua veemência,
Os missionários com sua coragem, são um bálsamo que cura as feridas da desesperança.
Viver é tão bom que dá ganas de continuar, continuar…
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Viver é graça de Deus!


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